Pouco se fala de quão desafiador é educares uma criança quando tens feridas de infância profundas. Quando temos que 'encher o copo' de outras pessoas, neste caso pequenos seres de enorme fragilidade e carência amorosa, mas o teu reservatório está vazio, estarás a dar desde um lugar de sacrifício, gerando uma grande dívida emocional para contigo mesmo/a.
As crianças aprendem por neurónios-espelho: não se trata apenas de criá-las de forma consciente. A educação consciente é bidirecional. Não poderás ser um/a pai/mãe consciente com os teus filhos/as se não fores uma mãe consciente contigo mesmo/a primeiro.
Na minha prática clínica trabalho com filhos adultos que estão em processo de cura das suas feridas de infância, e não infrequentemente, ouço frases como:
"Tive uma mãe muito boa, mas que nunca se cuidava a ela mesma"
"Tive uma mãe carinhosa, mas deixava-se maltratar por outros"
"Tive uma mãe que fazia muitos sacrifícios, mas via como a minha avó a manipulava"
"Tive uma mãe muito devotada , mas via-a abandonar os seus sonhos"
"Tive uma mãe carinhosa, mas deixava-se maltratar por outros"
"Tive uma mãe que fazia muitos sacrifícios, mas via como a minha avó a manipulava"
"Tive uma mãe muito devotada , mas via-a abandonar os seus sonhos"
Quando te escolhes a ti, ensinas os teus filhos/as a escolherem-se a eles mesmos/as. Quando te curas, ensinas os teus filhos/as a cuidarem-se a eles mesmos/as. Quando te tratas com cuidado, ensinas os teus filhos/as a serem compassivos com eles mesmos/as. És uma boa mãe para ti diante dos teus filhos/as?
Para poderes criar futuros adultos maduros e conscientes, é necessário que sejas um/a adulto/a maduro/a e consciente primeiro, e que te responsabilizes por todas estas dívidas emocionais que tenham ficado pendentes desde a tua infância.´
Um pai ou mãe profundamente ferido/a na relação com o seu próprio/a pai ou mãe, projetará nos filhos/as as suas carências emocionais, esperando que estes/as, na sua inocência, preencham os vazios da infância. Os teus filhos/as são o reflexo de quem realmente és. Se te negares a encarar esse espelho, não poderás mudar ou curar o que é necessário.
A parentalidade está a pedir não só que eduques os teus filhos/as, mas também que te dês a oportunidade de te tornares a mãe e o pai que a criança que vive dentro de ti necessita. Para que desde esse lugar de liberdade emocional possas ser para os teus filhos/as o pai/mãe que eles precisam.
Se estás preparado/a para cultivar a tua valorização pessoal e sarar as feridas do passado, parabéns: chegaste à CresSendo.
Sabe mais em consultório.
Aqui para ti.
Com estima,
Carlos Marinho
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