Hoje levas dentro de ti os lutos não resolvidos da tua infância, os quais se projetam nas tuas relações interpessoais e impactam diretamente a tua gestão emocional. Para iniciar o teu processo de reeducação emocional é necessário que te permita chorar o que não tiveste, reconhecendo assim aqueles momentos em que não te sentiste visto/a, escutado/a ou validado/a na tua infância.
O teu papel de filho/a tende hoje a rivalizar com o teu papel na relação de parceria, sendo um grande desafio para ti priorizar a tua parceria acima da relação com a tua mãe, levando-te muitas vezes a sabotar a tua relação e a deixar para último o seu bem-estar.
Cada vez que tens um conflito ou uma inconformidade com a tua mãe projetas esse mal-estar e dor para a tua parceria. Sentes-te profundamente culpado/a por estares numa relação saudável e estável quando a tua mãe está só, seja por ter enviuvado ou por ela própria não ter parceria.
Adquiriste o papel de “mãe” da tua mãe, e porquanto executes este papel inconscientemente a tua prioridade nunca será a tua felicidade, nem ter uma relação estável, o que te pode levar a escolher parcerias não disponíveis emocionalmente porque, inconscientemente, a tua prioridade emocional é a tua mãe e não tu.
A aprovação da tua mãe continua a ser uma prioridade para ti, mesmo estando numa relação, gerando-te mal-estar emocional porque procurar a aprovação da tua mãe pode levar-te a deteriorar o vínculo da tua parceria. A tua felicidade na relação de parceria não é uma prioridade tua, já que as tuas prioridades como “filho/a bom/boa” continuam a estar por sobre as tuas prioridades como homem/mulher adulto/a.
Uma pessoa adulta que tenta constantemente salvar a sua mãe, é uma pessoa que opera dirigida pelas suas feridas emocionais e pelas suas crenças inconscientes, levando-a a sabotar a sua felicidade e bem-estar como adulta por ser fiel ao papel de “bom filho”/”boa filha”.
O ser o “bom filho” ou “boa filha” não é compatível com ser um homem/mulher emocionalmente maduro/a que escolhe a sua felicidade em primeiro lugar.
Curar estas crenças e feridas pode ser um desafio delicado e doloroso se tentas fazê-lo sozinho/a, além do que simplesmente estarias a perpetuar essas mesmas feridas.
Quantas vezes acudiste à tua mãe a propósito de algo que sabes que ela já não te pode dar? Continuas a idealizar a ‘mãe que poderia ter sido e não foi’? O trabalho hoje é aprenderes a dar-te a ti mesma aquilo que a mãe não soube ou pôde dar-te, pelo que a cura emocional implica o desenvolvimento de um sentido de auto-responsabilidade emocional. A partir daqui é que decides conectar com a tua autenticidade, com a tua voz, os teus valores, as tuas necessidades e desejos mais únicos. Em poucas palavras: aprenderes a seres ‘mãe de ti mesmo/a’.
Reconhecer que é hora de te permitires ser conduzido/a, acompanhado/a e mantido/a é o primeiro passo para sarar a auto-desvalorização. Se estás preparado/a para descobrir como reconectar com o teu sentido de mérito e suficiência, parabéns: chegaste à CresSendo.
Sabe mais em consultório.
Carlos Marinho
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