A necessidade
de SER-SE PERFEITO/A ou de SER-SE VISTO COMO PERFEITO/A PELOS OUTROS é um FATOR
DE RISCO para a saúde mental. Tem sido associado à DEPRESSÃO, às perturbações
de ANSIEDADE, às perturbações OBSESSIVO-COMPULSIVAS e aos distúrbios do comportamento
ALIMENTAR.
O
perfeccionismo é uma TAREFA DE TEMPO INTEIRO que exige EMPENHO COMPLETO. Os/As perfeccionistas
são definidos/as por PADRÕES EXCESSIVAMENTE ALTOS e por ESFORÇOS INCONTESTÁVEIS.
Não há complacência: deve ser-se o/a melhor, o/a primeiro/a, o/a impecável. Para
as pessoas perfeccionistas VENCER É A ÚNICA COISA. Podem chegar a parecer perfeitas,
seres super-humanos. Qualquer outra ao seu lado se sente PREGUIÇOSA E
INEFICIENTE.
Mas não nos
deixemos enredar por este modo de funcionamento. O perfeccionismo NÃO LUTA PELA
PERFEIÇÃO, mas sim PARA EVITAR A IMPERFEIÇÃO, o que lhe gera intensa TENSÃO e
ANSIEDADE. Um ERRO é sentido como CATASTRÓFICO – a marca do erro contribui para
a formação de um SENTIMENTO NEGATIVO SOBRE SI MESMO/A.
Não existe
uma causa específica para o desenvolvimento do comportamento perfeccionista,
mas na sua maioria, foram CRIANÇAS OU MUITO DESEJADAS, muito elogiadas e
pressionadas por exigência, ou CRIANÇAS REJEITADAS durante a infância.
As primeiras,
crescendo com um elevado grau de exigência, acolhem a crença de que É PRECISO
SER-SE PERFEITO/A PARA QUE SE SUPRAM AS EXPECTATIVAS GERADAS PELOS DEMAIS. Crianças
muito elogiadas entendem que PRECISAM DE SER PERFEITAS PARA TEREM A ACEITAÇÃO
DOS SEUS PAIS.
Crianças
rejeitadas podem procurar a perfeição PARA OBTER O AMOR DOS SEUS PAIS. Quando
crescem, estas crianças acreditam que SÓ SERÃO ACEITES SE TUDO O QUE FIZEREM
FOR EXECUTADO COM PERFEIÇÃO. Estas pessoas acreditam que serão DIMINUÍDAS,
EXCLUÍDAS OU REJEITADAS se fizerem algo com falhas ou limitações.
A busca da
perfeição é apenas um DISFARCE PARA A INSEGURANÇA. A pessoa perfeccionista
adota um estilo de vida marcado por um ESFORÇO INTENSO, PERSISTENTE E
COMPULSIVO para atingir metas dificilmente atingíveis, acompanhado por AUTOAVALIAÇÕES
EXCESSIVAMENTE CRÍTICAS E SEVERAS, procurando VALORIZAÇÃO ATRAVÉS DO SEU
DESEMPENHO.
Devido
à insuficiência narcísica, a pessoa perfeccionista PROCURA EXTERIORMENTE, através do
seu desempenho, uma validação QUE NÃO ENCONTRA INTERNAMENTE. Por mais perfeito
que seja, jamais alcança esse sentimento interno de que é “BOM O SUFICIENTE
PARA O OUTRO”. Daí ter uma grande dificuldade de diminuir o grau de EXIGÊNCIA
QUE IMPÕE A SI MESMO/AA.
Ao mesmo
tempo, pode ficar enfurecido/a com aquele que não se rege pelos mesmos níveis
(desproporcionados) de exigência. A LIBERDADE E A DESCONTRAÇÃO DO OUTRO SÃO
SENTIDAS COMO UM ATAQUE a quem é escravo/a do perfeccionismo e do qual não se
consegue libertar. Enquanto não conseguir FONTES INTERNAS DE VALORIZAÇÃO a
pessoa perfeccionista não é dona e senhora de si própria.
O que é o Perfeccionismo?
O perfeccionismo consiste na perseguição patológica de padrões elevados e inatingíveis de um funcionamento tido como perfeito, podendo aparecer associado a experiências de ansiedade, depressão e perturbações alimentares. Muitas pessoas orientam-se pela premissa de que o seu desempenho deve ser excelente, mas quando são motivadas a ser perfeccionistas em praticamente tudo o que fazem, e lhes associam pensamentos de negatividade, de depreciação e de desvalorização pessoal, quando acham que não executaram o suficiente de acordo com os seus padrões da exigência, desenvolvem o que chamamos de morbilidade patológica.
Como
muitos outros aspetos da personalidade humana, o perfeccionismo comporta uma
dualidade, incluindo um lado positivo e um lado negativo, podendo assim ser
visto tanto como uma qualidade como um defeito do ser humano.
O/A
perfeccionista é muito empenhado/a e dedicado/a em tudo o que faz, mas é também
crítico/a consigo mesmo/a, com as pessoas e com o mundo, e quanto maior o grau
de exigência, maior o grau de insatisfação. Quando conseguem ser equilibradas,
estas pessoas usam o máximo do seu potencial e motivam pessoas a darem sempre o
seu melhor.
Tipos de Perfeccionistas:
Em geral, reconhecem-se três tipos de perfeccionistas: 1) Perfeccionistas auto-orientados/as: procuram a perfeição para si mesmos/as e para definir os seus próprios padrões; 2) ‘Perfeccionistas sociais’: procuram a perfeição, porque é importante para as outras pessoas; 3) Perfeccionistas focados/as nos outros: esperam que os outros sejam perfeitos e são extremamente críticos se eles/elas não atendem a esses padrões elevados.
O que pensa, sente e faz um/a Perfeccionista?
Quando o perfeccionismo se perverte para um excesso patológico, os danos podem recair sobre diferentes aspetos da vida da pessoa. Alguns padrões de comportamentos negativos: a) buscar a perfeição em si, nas pessoas e na vida, com elevado grau de exigência sobre tudo e todos; b) serem muito críticas consigo mesmas e com os outros; c) serem competitivas ao extremo, pois sentem precisar de ser as melhores; d) ter dificuldade em assumir falhas e receber críticas, encontrando sempre justificativas para tudo; e) ter dificuldades em trabalhar em equipa, pois são centralizadoras; f) ter falta de confiança nas pessoas, pois acreditam que só elas conseguem fazer as coisas de forma perfeita; g) por serem centralizadoras, acabarem por se sobrecarregar em diversas situações; h) procrastinarem por medo de não obterem resultados perfeitos; i) incorrerem atrasos nas tarefas e atividades, pelo alto grau de esforço e exigência que se imputam a si mesmas; e j) em alguns casos, não arriscarem e terem tendência a permanecerem na zona de conforto, por medo de falhar.
Muitos
perfeccionistas acreditam“ Eu tenho de ser perfeito/a para as pessoas
gostarem de mim e me aceitarem” (pensamentos), sentem ansiedade e vergonha, e esforçam-se sempre para fazerem tudo na perfeição
(comportamento).Quando as coisas correm mal, tendem apensar que os problemas
ocorreram porque não foram perfeitos o suficiente; e então trabalham
compulsivamente nas mais pequenas coisas para as fazerem de forma perfeita,
perdendo a oportunidade de fruírem da atividade.
SINAIS DE QUE O PERFECCIONISMO PODE ESTAR A PERTURBÁ-LO/A:
1. Necessidade de agradar aos outros | Receio de desagradar os outros: Muitas vezes o perfeccionismo começa na infância. Desde cedo, pais e professores encorajam os filhos a terem um alto desempenho escolar e recompensam o trabalho bem feito, levando-os a aprender a viver segundo o mote: “Eu realizo, logo eu sou” – e nada lhes dá maior satisfação do que impressionar os outros (ou a si mesmos) com o seu desempenho. A busca pela perfeição pode ser dolorosa porque muitas vezes é motivada tanto pelo desejo de ter um bom desempenho como também pelo medo das consequências de um desempenho insatisfatório. Esta é a faca de dois gumes do perfeccionismo.
2. Acredita que os malefícios do perfeccionismo são apenas o preço que precisa de pagar para ter sucesso: O protótipo do perfeccionista é alguém que fará de tudo (e muitas vezes fará coisas nada saudáveis) para evitar ser comum ou medíocre. É a pessoa que tem uma mentalidade “no pain, no gain” (sem dor, sem ganho) na busca pela grandeza. Apesar de nem sempre os/as perfeccionistas terem alto desempenho, o perfeccionismo está frequentemente ligado ao excesso de trabalho (workaholism).O/A perfeccionista reconhece que os seus padrões de exigência causam stress e são pouco razoáveis, mas não deixa de acreditar que o/a motivam a atingir níveis de excelência e produtividade que de outra forma nunca atingiria.
3. Procrastinar: A grande ironia do perfeccionismo é que apesar da característica de grande motivação para alcançar o sucesso, ele pode ser justamente o que impede a pessoa de obtê-lo. O perfeccionismo está fortemente ligado ao medo de errar (o que geralmente não é um bom motivador) e a comportamentos de auto-sabotagem, como a procrastinação excessiva. Pesquisas mostram que o perfeccionismo voltado para o outro (uma forma distorcida de perfeccionismo motivada pelo desejo da aprovação social), está ligado à tendência de adiar o cumprimento de tarefas. Para esse tipo de perfeccionista, a procrastinação parece ter origem principalmente no temor da desaprovação vinda de outras pessoas.
4. Critica muito as outras pessoas: Julgar os outros é um mecanismo de defesa psicológica bastante comum : nós rejeitamos nos outros o que não aceitamos em nós mesmos. E quando se trata de um/a perfeccionista, geralmente há muito a ser rejeitado. Os/As perfeccionistas são pessoas altamente criteriosas e poucos escapam à tenacidade do seu olhar crítico. Ao serem mais brandos/as com outras pessoas, alguns perfeccionistas talvez consigam dar-se um desconto a si mesmos/as. “Não olhes para as falhas dos outros, nem para as suas omissões ou comissões”, recomendava Buda "Ao invés disso, olhe para os seus próprios atos, para o que fez ou deixou de fazer”.
5. Perfeito ou nada feito (Ou tudo ou nada): Muitos/as perfeccionistas lutam com o pensamento “preto-e-branco” – num momento consideram que estão a ter sucesso, no próximo já se consideram derrotados/as, de acordo com a sua mais recente realização ou falha – e vivem nos extremos. Se tem tendência a ser perfeccionista, provavelmente só mergulhará de cabeça num novo projeto ou tarefa se achar que existe uma boa hipótese de ser bem-sucedido/a – e se houver o risco de errar, provavelmente evitará envolver-se nela. Alguns/mas perfeccionistas têm aversão ao risco, o que pode inibir a inovação e a criatividade. Para os perfeccionistas, a vida é um jogo de tudo ou nada. Quando um/a perfeccionista se determina a fazer algo, a motivação e ambição podem levá-lo/a até as últimas consequências no alcance daquele objetivo.
6. Dificuldade em abrir-se com outras pessoas: O perfeccionismo é com uma ‘armadura de 20 toneladas' que carregamos para nos defendermos – mas na maioria dos casos, o perfeccionismo simplesmente nos impede de ter uma verdadeira ligação com as outras pessoas. Devido ao medo intenso de falhar ou de ser rejeitado/a, o/a perfeccionista muitas vezes sente dificuldade em expor-se ou mostrar vulnerabilidade. Pode ser muito difícil para um/a perfeccionista partilhar a sua experiência interior com um/a parceiro/a, pois sente que precisa de ser forte e ter sempre, a todo o momento, o controlo das suas emoções. Um/a perfeccionista pode esquivar-se a falar sobre os seus medos, as suas inseguranças, incapacidades e decepções com outras pessoas, mesmo com aquelas que lhe são mais próximas.
7. Birras de gente grande: Seja por ter queimado o arroz ou por ter chegado cinco minutos atrasado a uma reunião, aqueles/as que buscam a perfeição tendem a tornar-se obsessivos quanto a cada erro que cometam. Isto pode resultar em vários acessos emocionais, crises existenciais e até birras. Quando o seu foco principal está no erro e o que o/a motiva é evitá-lo a qualquer custo, até a mais pequena falha é percebida como um incontestável atestado de uma enorme falha pessoal. Com a falta de uma fonte profunda e sólida de auto-estima, as falhas afetam os/as perfeccionistas de forma bastante séria e podem levar a crises prolongadas de depressão e afastamento.
8. Levar tudo para o lado pessoal: Já que consideram cada obstáculo e crítica como uma falha pessoal, os/as perfeccionistas tendem a ter menos resiliência do que outras pessoas. Ao invés de reagirem aos entraves e erros, sentem-se derrotados/as, considerando cada falha como prova do medo mais profundo que continuamente os/as assolam: “Eu não sou bom/boa o suficiente”.
9. Ficar na defensiva quando é criticado/a: A fim de preservar a frágil auto-imagem perante os outros, o/a perfeccionista tenta controlar a situação defendendo-se de qualquer ameaça – mesmo quando não há necessidade de defesa.
10. Nunca “atinge o seu objetivo” totalmente: Já que a perfeição é, por definição mórbida, impossível de se atingir, os/as perfeccionistas têm geralmente a sensação de que ainda não atingiram o seu objetivo totalmente, de que falta alguma coisa. Muitos/as convencem-se de que haverá um ponto em que se sentirão em paz, sabendo que realizaram o que pretendiam, e as mais das vezes esta constitui uma ilusão que os/as mantêm em constante estado de hiperativação.
11. Sente (um secreto) prazer em ver as outras pessoas a falharem, mesmo que não tenham nada a ver consigo: O sofrimento adora companhia e os/as perfeccionistas – que gastam muito tempo e energia a pensar e a preocuparem-se com as próprias falhas – podem sentir um certo alívio e mesmo prazer ao ver os desafios enfrentados por outros/as. Podem até sentir-se melhor a respeito de si mesmos/as vendo a falha de outras pessoas, mas a longo prazo, isso só reforçará o pensamento competitivo e crítico que alimenta o perfeccionismo.
12. Culpabilização: No fundo, os/as perfeccionistas são atormentados/as por sentimentos de culpa e de vergonha. O perfeccionismo mal-adaptativo – um impulso pela perfeição que geralmente tem a sua origem na esfera social e um sentimento de pressão para ser bem-sucedido que vem de fontes externas mais do que internas – tem uma dorte relaçãocom a ocorrência de depressão, ansiedade, vergonha e culpa. O perfeccionismo não tem a ver com a busca da excelência ou da melhoria no sentido da auto-atualização (o que constitui um objetivo saudável):é antes uma forma de pensar e sentir que diz: “Se eu tiver uma aparência perfeita, se eu fizer as coisas de forma perfeita, se trabalhar e viver da maneira perfeita, eu posso evitar ou minimizar a vergonha, a culpa e o julgamento crítico dos outros”.
COMO DOMINAR O PERFECCIONISMO:
1: Reenquadre os seus pensamentos: A perfeição é uma ilusão, e toda ilusão gera frustração e decepção. Por isso, o mais importante é dar o seu melhor, sem necessariamente ser o/a melhor, ou seja: busque a excelência em vez da perfeição. Quando buscamos a excelência, encontramos o melhor que existe em nós e sentimo-nos completos/as por isso. Quando procuramos a perfeição, encontramos apenas decepção e sentimo-nos diminuídos/as;
2: Procure o Positivo: Embora possa pensar que o seu desempenho foi terrível em todos os sentidos, há sempre algo que fez de bem. Concentre-se nesse aspeto e veja se há uma maneira de usar essa força para melhorar a sua próxima tentativa. Quando se sentir a deslizar para o ‘modo autocrítica’, trave os pensamentos intrusivos e diga para si mesmo/a: “Está tudo bem. Todos temos um mau desempenho de vez em quando. Isto não significa que não seja bom/boa no que faço”. Pense sobre o que você diria ao/à seu/sua melhor amigo/a caso ele/ela estivesse na sua posição, e dê-se algum incentivo ao invés de se criticar. Faça algo útil e pergunte-se sobre o que pode melhorar para o seu próximo desempenho: concentre-se em tomar ações positivas e construtivas para trabalhá-lo;
3: Olhe para si próprio/a como sendo a sua própria inspiração, a competir, compita consigo mesmo/a: Capacite-se de que ‘ser-se’ é conduzir um modo de existir totalmente particular, um uno irrepetível na heterogénea multiplicidade, um fenómeno absolutamente distinto de qualquer outro. Ainda que, ao considerar as tantas extraordinárias pessoas deste vasto mundo em crescendo, não seja – nem possa nunca ser – a melhor, mais capaz, mais perfeita, de entre todas elas, é em si e em si somente que se encerra o mais cobiçado poder a que algum dia acederá: esse o de ser como é – assim, tal e qual assim, como mais ninguém é ou poderá vir a ser. Perceba o privilégio de ser a si, só a si, a si e a mais ninguém, de todo este vasto mundo de infinitas possibilidades, que tenha vindo caber a possibilidade de ser a melhor versão de si próprio/a. Este é o escandaloso prazer, esta é módica discreta extravagância do que se entende por individualidade.
4: Autenticidade – perdoe-se por ser imperfeito/a: Lembre-se de que, como todo mundo, é humano/a e não precisa de ser perfeito/a para ter uma auto-estima elevada. Se puder aceitar-se do jeito que é, mesmo que esteja a tentar melhorar em algumas áreas, terá uma auto-estima bem mais elevada. Não tente ser perfeito/a, tente antes ser feliz! Permita, pois, que os outros vejam exatamente como é e abra mão do escudo protetor do perfeccionismo para que possa expressar a sua vulnerabilidade.
5: Desobedeça ao Perfeccionismo: A maneira mais efetiva de mudarmos os pensamentos e emoções é, primeiro, mudar os nossos comportamentos. Uma das estratégias para combater o perfeccionismo é experimentar não fazer as coisas de forma perfeita, e assim poder testar as consequências, ou seja, errar nalgumas tarefas de propósito; e contar a um amigo sobre um engano, falha ou erro que tenha cometido e observar a resposta (O engano revelado fez com que a pessoa pensasse mal acerca de si, ou o/a menosprezasse?). Tente perceber se de facto acontece algo de catastrófico, e tente perceber como se sente acerca de si mesmo/a quando é imperfeito/a de propósito (Sentiu um maior controlo e autonomia sobre si mesmo/a? Sentiu menos vergonha e ansiedade depois da experiência? Conseguiu relativizar a ideia que tinha de não ser bom/boa o suficiente? A sua percepção da importância/desejabilidade de ser perfeito/a mudou? Talvez tenha chegado à conclusão que ser perfeito/a é menos importante do que o que pensava anteriormente. Talvez tenha aprendido que os seus pensamentos possuem algum fundo de verdade, mas que não são totalmente verdadeiros? Talvez tenha aprendido que perante determinadas circunstâncias, revelar a sua imperfeição e vulnerabilidade permite que as outras pessoas gostem mais de si do que o contrário?);
6: Registo escrito: Uma forma de desafiar o tipo de pensamentos disfuncionais do perfeccionismo é fazer um exercício de registo escrito, para melhor avaliar a validade dos seus pensamentos:
- Qual
é a evidência do pensamento: “Os
outros só me aceitam ou gostam de mim se eu for perfeito/a”. Isto será
verdade?
- Qual
a evidência que me diz que o pensamento não é completamente verdadeiro?
[Já ouviu alguém dizer-lhe que só o/a aceitaria se fizesse tudo na
perfeição? Vou partir do princípio que até possa ter ouvido, talvez dos
seus pais, mas certamente não de todas as pessoas com quem se relaciona.
Existe então evidência que o pensamento é apenas verdadeiro na sua mente,
e não na da totalidade das pessoas?];
- Qual será um pensamento equilibrado que melhor reflete a realidade? [Um pensamento mais equilibrado poderia ser: “Eu nem sempre necessito de fazer tudo na perfeição; nem tudo na vida tem o mesmo grau de importância”].
7: Ajuste os seus padrões e RE-LA-XE: Estabelece, para si mesmo/a, padrões mais elevados do
que aqueles que estabelece para outras pessoas na sua vida? Se assim for, então
talvez os seus padrões não sejam realistas. O que esperaria de outra pessoa na
sua situação? Se ficasse feliz com o desempenho dela, então dê-se o
reconhecimento que merece também. Procure relaxar. Pode ser difícil encontrar
um tempo para si mesmo/a, mas fazer coisas que o/a deixem relaxado/a e feliz
pode melhorar a sua autoestima e a sua produtividade no trabalho e em casa.
Encontre um hobby que faça com que se
sinta melhor física e mentalmente. Algumas pessoas atestam que fazer ioga,
andar de bicicleta ou correr as ajuda a encontrar uma positividade calma e
centrada. Cuide de si, do seu «Eu» interior. Lembre-se sempre que não precisa de
ser perfeito/a para ser incrível!
Carlos Marinho
Comentários
Enviar um comentário