(1) CONHECIMENTO UM/A DO/A OUTRO/A: uma conexão emocional profunda e íntima gira em torno de um conhecimento bruto e inabalável um do outro. Quando estamos realmente próximos/as de alguém, partilhamos uma grande quantidade de informações pessoais que talvez não nos sentíssemos confortáveis em partilhar com outras pessoas;
(2) CONFIANÇA UM/A NO/A OUTRO/A: a confiança é parte integrante de qualquer relacionamento, mas é especialmente importante nas nossas conexões mais íntimas. Confiar é observar quem o Outro é na sua autenticidade (ao invés de quem gostaríamos que fosse) e saber que ele fará o que diz que fará. Não é apenas acreditar no melhor de alguém: é ter a possibilidade de conferi-la realmente;(3) HONRAR UM/A AO/Á OUTRO/A : tratar as pessoas que amamos com respeito, aceitando-as como e por quem são, sem tentar mudá-las;
(4) GRATIDÃO UM/A PELO/A OUTRO/A: a gratidão é o principal meio pelo qual vemos para além das falhas dos/as nossos/as parceiros/as. Gratidão e julgamento não podem coexistir; quando está grato por alguém, está a aceitá-lo/a de uma forma que é pura e incondicional;
(5) ACEITAÇÂO UM/A DO/A OUTRO/A: aceitarmos o/a nosso/a parceiro/a é receber quem ele/a é inteiramente. Quando o fazemos, dizemos: “Eu vejo os teus defeitos, e amo-te mesmo assim: incondicionalmente";
(6) VULNERABILIDADE UM/A COM O/A OUTRO/A : Vulnerabilidade não envolve apenas romance, sexo ou toque. É muito mais profundo do que isso. Requer que nos permitimos ser conhecidos/as pela outra pessoa, revelando o nosso coração, e as suas feridas.A dificuldade de nos entregarmos à intimidade decorre frequentemente de EXPERIÊNCIAS DOLOROSAS PASSADAS (eventualmente traumáticas), que nos sensibilizaram para o medo da rejeição ou da perda, e para a expectativa de que nos decepcionem. Isto poderá ter eu ver com: (1) o fracasso dos nossos pais ou figuras cuidadoras em modelar uma intimidade saudável e respeitosa; (2) experiências de rejeição e desgosto amoroso no passado (tornando-nos hesitantes quando se trata de nos aproximarmos de alguém); (3) baixo sentido de autoestima – quando nos sentimos inadequados/as ou insuficientes diante dos outro num contexto em que nos é requerido sermos vistos/as – realmente vistos/as – a um nível primordial e portador da alma, a experiência será a de auto-rejeição, minando assim qualquer conexão significativa com os demais.Não infrequentemente, é o fracasso em reconhecer estes medos pelo que eles são que leva a grandes términos relacionais. A única forma de evitá-lo é ABRAÇAR ESSES MEDOS e desemaranhar o domínio que exercem sobre a nossa vida amorosa.
"Depois de algumas deceções, as pessoas tornam-se frias; o coração já não se magoa por qualquer coisa: a frieza espalha-se por todo o ser. E quando alguém chega, é como uma piscina, a água está gelada, molham-se apenas os pés. Dá para ouvir uma voz que vem do fundo dos olhos e que diz “vem, depois de entrares a água fica quente”. E pergunto-me: "quem é que tem a coragem de entrar, de romper os icebergues do coração de alguém? Quem é que tem a coragem de se molhar, de mergulhar no incerto peito friorento? Quem é que tem a coragem de amar, de sair da superfície, de cair nos braços, de aprender a nadar no mais íntimo de alguém? Quem é que tem a coragem de acreditar que depois de entrar, aquece?". O amor é mesmo para quem tem coragem, e para os corajosos do plantão, desejo que saltem para a piscina que, a priori, parece gelada; e que descubram que ela está à temperatura certa pra nos fazer ficar. Mas que entendam, que não se pode nadar por muito tempo em ambientes que não são propícios. Que esse alguém encontre o equilíbrio, reciprocidade. E que não se fique a afogar em piscinas vazias, porque todo mundo merece um amor maior do que o Atlântico"[Jaqueline Camargo]
Para todos/as os/as corajosos/as do plantão, um forte abraço
Com estima,
Carlos Marinho
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