Quer se trate de intimidade física ou emocional, gerir afetos, ou seja, ‘CHEGAR’ À OUTRA PESSOA NEM SEMPRE É FÁCIL. E porquê? Bem, tudo começa por quem nós somos, e por COMO NOS TRATAMOS A NÓS PRÓPRIOS/AS. Quem não sabe o que fazer com a própria vida, provavelmente não vai saber o que fazer com a da outra pessoa.
A individualidade, para ser saudável, deve ser total e autêntica. Não deve ter medo de dizer “eu sou”, NÃO DEVE REPRIMIR O QUE SENTE, PENSA, FAZ, NECESSITA E DESEJA. Não somos totais quando ignoramos (consciente ou inconscientemente) partes do nosso funcionamento. Não somos autênticos/as se não estivermos harmonizados/as com a nossa totalidade. Que partes do nosso funcionamento nos podem então levar à auto-repressão e dificultar assim a intimidade com os outros?
Frequentemente as dificuldades na intimidade estão relacionadas com EXPERIÊNCIAS DOLOROSAS DO PASSADO (eventualmente traumáticas), que nos sensibilizaram para o medo da rejeição ou da perda, e para a expectativa de que nos decepcionem. Experiências de privação afetiva (já mesmo na infância), de invalidações, de deceções, rejeições, abandonos, ghosting, violência, perda para a morte – experiências que tendem a despertar em nós EMOÇÕES E SENTIMENTOS MUITO DOLOROSOS – medo, orgulho, tristeza, raiva, frustração, entre outros.
Quando desenvolvemos afetos por alguém, a sugestão de intimidade pode trazer-nos a recordação destas emoções – por isso, para nos protegermos delas, tentamos evitá-las; outras vezes, acabamos por depreciá-las. Para todos os efeitos, DIFÍCIL É ACOLHÊ-LAS COM AUTO-ACEITAÇÃO. Difícil é integrá-las na nossa vida, e fazermos com que deixem de nos assombrar. Ocupam tanto da nossa vida interior, que ficamos SEM ESPAÇO PARA ACOMODAR A VIDA DE OUTRA PESSOA.
Para mais informações sobre COMO GERIR O AFETO NA INTIMIDADE sigam o link: https://todoomundoexplica.blogspot.com/2023/01/problemas-com-intimidade-saiba-o-que.html
É a FORMA COMO REAGIMOS A ESTAS EMOÇÕES E SENTIMENTOS QUE DETERMINA A CAPACIDADE DE GERIRMOS AFETOS E DE NOS ENVOLVERMOS NA INTIMIDADE. Este é um dos atributos que descreve o construto de inteligência emocional (IE).
A INTELIGÊNCIA EMOCIONAL refere-se à capacidade de identificarmos, ventilarmos e regularmos as nossas próprias emoções, de reconhecermos as emoções dos outros, de diferenciarmos os distintos sentimentos, de sabermos usar a informação emocional para estruturarmos o nosso pensamento e conduta, e gerirmos as nossas emoções de forma a atingirmos certos objetivos – como a intimidade interpessoal.
Somos seres de afeto, seres orientados uns para os outros, movidos/as por diferentes tipos de atração. Todos/as nós, de uma ou de outra maneira, nos queremos sentir tomados pelo afeto. Enquanto dura é das experiências mais prazenteiras e vivificantes que podemos ter. Mas é também das que mais sofrimento pode acarretar. Em consultório, muitos dos pedidos de ajuda que recebo são justamente a propósito de insatisfações afetivas: pela perda de vínculos, pela ausência de vínculos, pela insuficiência de vínculos, por vínculos demasiado apertados, por vínculos demasiado lassos. Na maior parte dos casos, a resolução destas insatisfações passa por trabalhar competências de inteligência emocional ao serviço da gestão afetiva.
A falha em gerir eficazmente os afetos faz-nos desperdiçar muitas oportunidades de fruição da boa vida afetiva. Numa sociedade cada vez mais individualista e narcísica, o que ganha força é a urgência de sermos validados/as – mas preferencialmente, sem corrermos o risco de sofrer. Então, tentamos acelerar a receita do afeto: damos mais importância à exterioridade e à exibição, do que ao conteúdo – “desde que pareça bom, vale o risco”.
Quando nos dispomos à sedução (isto é, a perceber se a pessoa é “bom partido”), ficamos atentos/as a certas dimensões atracionais – tipicamente, a dimensão sexual, a dimensão psicológica/intelectual/espiritual, e a social. Mas as mais das vezes, de forma relativamente superficial e protegida, usando generalizações e estereotipias como intermediários com o Outro. Depois seguem-se (e somam-se) as frustrações – e, com elas, o desânimo, a ausência de sentido e o vazio existencial. Tenho o consultório cheio de queixas como esta: a impotência emocional é dos maiores tira-tusa da atualidade.
Não é tão intuitivo percebermos se a outra pessoa sabe gerir as suas emoções, se consegue compreender e ‘estar para’ as nossas, se sabe prestar atenção, se quando está chateada sabe exatamente por quê, se se dá bem com a maioria das pessoas, se se dá um tempo a si mesma para desacelerar e ajudar os outros, se é boa a ler as expressões faciais das pessoas, se depois de cair se consegue levantar rapidamente, se consegue automotivar-se mesmo diante de frustrações e desilusões, se sabe dizer ‘não’, se confia no seu instinto.
Ainda que a atração intelectual tenha já conquistado um lugar mais visível no ranking da sedução, deixamos de fora a dimensão atracional da inteligência emocional. Precisamos dela – urgentemente –, mas não nos demoramos a conhecê-la e a dar-lhe o devido apreço, não nos deixamos seduzir pelas suas vantagens: subaproveitamo-la e ao seu poder ‘afecto-disíaco’.
No nosso ‘manicómio de corações’, achamos a inteligência emocional extremamente sexy e preocupamo-nos em visibilizá-lo para que mais pessoas possam gerir melhor os seus investimentos afetivos.Está assim oficialmente aberto o Open Call do desafio: “HAZ LA INTELIGENCIA EMOCIONAL EL NUEVO SEXY!”, com o objetivo de receber e dar visibilidade a artistas e propostas de trabalhos artísticos em formato digital (vídeo, música, texto, ilustração, collage e/ou foto) que estabeleçam e promovam a inteligência emocional como um fator de atração.
Deixa-nos saber QUE ASPETOS DA INTELIGÊNCIA EMOCIONAL ACHAS MAIS SEXY NUMA PESSOA, e envia o teu trabalho até ao dia 1 de abril, para o e-mail consultorio.carlosmarinho@gmail.com.
Inscreve-te através do formulário: https://forms.gle/BVzWkoZogj14ezAK9
Os trabalhos serão expostos virtualmente na página @el.amor.lo_cura e num espaço a determinar, em Barcelona, Espanha.
Bom trabalho! Y HASTA PRONTO!
Com Amor,
Carlos Marinho
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