A Inteligência Emocional (IE) é um conceito relativamente recente na Psicologia e que está relacionado com um conjunto de habilidades como a de descrevermos, expressarmos e comunicarmos os nossos próprios sentimentos, de regularmos as nossas emoções (retermos as emoções, porém sem reprimi-las e canalizá-las conforme a situação e o momento mais oportuno), bem como de reconhecermos as emoções dos outros (sensibilidade aos sinais verbais e não-verbais das outras pessoas) e de controlarmos as nossas relações sociais. A IE permite-nos utilizar as emoções para motivar, planear, atingir determinados objetivos, resolvermos problemas e também para regularmos os nossos comportamentos.
Saber como agir diante de situações que mobilizam grandes cargas emocionais não é algo simples, mas é fundamental para lidar com as mais variadas situações, que vão desde um desentendimento amoroso ou profissional a um problema do trânsito, lidar consigo mesmo/a e com o outro e saber como agir num equilíbrio entre emoção e racionalidade.
Segundo Goleman, especialista na área, um alto coeficiente intelectual só é capaz de prever 20% dos fatores determinantes do sucesso, enquanto os 80% restantes dependem de outro tipo de variáveis, como a classe social, a sorte e, em grande parte, da inteligência emocional.
O QI e a Inteligência Emocional (QE) não são habilidades opostas – mas trabalham de forma separada. É possível ser intelectualmente brilhante, mas emocionalmente inapto/a, e este tipo de desajuste traz consequências negativas para a nossa vida pessoal e profissional.
O desenvolvimento da nossa Inteligência Emocional traz-nos grandes vantagens:
- Menor número de desentendimentos nas relações;
- Mais equilíbrio emocional;
- Maior clareza na tomada de decisão em assuntos importantes;
- Melhor gestão de tempo e aumento da produtividade;
- Aumento da autoestima e autoconfiança.
Para facilitar a compreensão da IE, Goleman subdivide-a em cinco elementos-chave, itens conectados e complementares. Uma pessoa emocionalmente inteligente possui essas cinco características, que podem sempre ser desenvolvidas ao longo da vida. São elas:
1. AUTOCONHECIMENTO: capacidade de ler as suas próprias emoções e de reconhecer os seus efeitos; usar o “instinto” para orientar as decisões (autoconsciência emocional); conhecer as suas próprias forças e os seus próprios limites (autoavaliação); e ter uma boa noção do seu próprio valor e das suas próprias capacidades (autoconfiança).
2. AUTORREGULAÇÃO: capacidade de escolher respostas adequadas, e não reagir apenas por impulso, mantendo sob controlo os impulsos e as emoções destrutivas (autodomínio emocional). O objetivo da autorregulação é encontrar o equilíbrio e não suprimir as emoções. É sentir a emoção proporcionalmente à circunstância, na medida certa.
3. AUTOMOTIVAÇÃO: capacidade de dirigir as emoções a serviço de um objetivo ou realização pessoal, de ativar recursos suficientes para atingir os seus objetivos.
4. EMPATIA: capacidade de reconhecer as emoções nos outros e conseguir pôr-se no seu lugar, compreender o ponto de vista deles, e estar ativamente interessado nas questões que os preocupam.
5. HABILIDADES SOCIAIS/DE RELACIONAMENTO: capacidade de relacionar-se melhor, comunicando-se de maneira clara e atenta às demandas e postura do Outro.
A IE é a chave para uma relação saudável. Todos/as nós queremos administrar as nossas relações da melhor forma possível e procuramos ser emocionalmente fortes, capazes de tomar as melhores atitudes em quaisquer circunstâncias. Todas as relações vêm de uma sintonia emocional. Quanto mais consciente estivermos acerca das nossas próprias emoções, mais facilmente poderemos entender o sentimento dos outros.
Pessoas que tenham uma boa perceção e compreensão dos outros, terão maior probabilidade de procurar e estabelecer relações com parceiros mais compatíveis.
Poderão também estabelecer relações mutuamente satisfatórias, na medida em que conseguem ajudar a regular as emoções do parceiro, e a facilitar uma resolução de conflitos bem-sucedida.
A IE possibilita uma maior sinceridade sentimental e a diminuição da tendência defensiva em situações de confronto, bem como, o reconhecimento e o pedido de desculpas pelos erros cometidos. Isto permite-nos dar e receber afetos de modo mais consciente e livre.
E então, o que podemos fazer para melhorar a nossa inteligência emocional? Para gerirmos melhor as nossas emoções? Ficam aqui algumas sugestões:
1. Conheça melhor as suas emoções e sentimentos;
2. Reconheça que existem diferenças entre as emoções;
3. Use as emoções, não as reprima nem tome decisões sem pensar, as emoções ajudam a tomar decisões mais corretas;
4. Esteja disponível para os sentimentos, quer sejam agradáveis ou desagradáveis;
5. Reflita sobre as suas emoções no sentido de as manter ou evitar de acordo com a sua utilidade;
6. Faça a gestão das suas emoções, canalizando-as para uma manifestação adequada da situação;
7. Direcione as emoções para alcançar determinados objetivos;
8. Reconheça as emoções nos outros, coloque-se no lugar do outro, tente compreendê-lo.
Partilho ainda algumas técnicas que poderão melhorar o quociente de inteligência emocional numa situação de conflito:
• Tempo morto – Distanciar-se física e psicologicamente da situação conflituosa, fazendo atividades que o/a façam sentir bem tais como, passear, fazer exercício físico, falar com um amigo, entre outras.
• Alhear o pensamento – Consiste em não prestar atenção aos “sintomas” motivados pela raiva, sendo que os mesmos devem desaparecer por si só, com o decorrer do tempo.
• Deixar de Pensar – Esta técnica consiste na concentração dos pensamentos não desejados e depois de um curto espaço de tempo no esvaziamento da mente. Quando ocorrer um pensamento não desejado dever-se-á dizer “Basta”, “Pára”, “Não” até que ele se vá embora.
• Autoinstrução positiva – O que pensamos e dizemos a nós próprios/as influencia o nosso estado de espírito. Numa situação de conflito a pessoa poderá dizer a si própria: “vou esperar, ficar mais calma e depois falamos”;
• Postura assertiva – Desenvolvimento de comunicação assertiva, na qual são referidos os nossos objetivos e os nossos sentimentos, de forma adequada sem agredir, nem ser agredido/a.
Para mais informações: https://www.youtube.com/watch?v=pt74vK9pgIA&t=1s
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