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A mostrar mensagens de fevereiro, 2020

#9: "IDENTIFICAÇÃO PROJETIVA" | CONHECER UM MECANISMO DE DEFESA POR DIA... NÃO SABE O BEM QUE LHE FAZIA!

Identificação Projetiva É um mecanismo descrito por Melanie Klein e faz parte da posição esquizo-paranóide. É um conceito fundamental para a teoria e clínica, e foi o instrumento teórico com que os kleinianos abordaram a análise dos pacientes psicóticos e limítrofes. Para Klein a mente tem a capacidade omnipotente de se libertar de uma parte do Self, colocando-a num outro objeto ; o resultado é uma confusão da identidade, uma perda da diferença real entre sujeito e objeto. (Bleichmar & Bleichmar, 1992). Através deste mecanismo, a pessoa expulsa uma parte de si mesma, identificando-se com o 'não projetado'; e ao objeto são atribuídos os aspectos projetados, dos quais o sujeito se desprendeu, o que constituiria para Klein uma das bases principais dos processos de confusão. Esse mecanismo é produzido por uma motivação pessoal que procura libertar-se de certas partes de si mesmo (para Klein, os processos de desenvolvimento obedecem sempre a uma intenção inconsci...

#8: "IDENTIFICAÇÃO COM O AGRESSOR" | CONHECER UM MECANISMO DE DEFESA POR DIA... NÃO SABE O BEM QUE LHE FAZIA!

Identificação com o Agressor O indivíduo torna-se aquele de quem havia tido medo; assim, suprimindo-o, regressa à tranquilidade interior. Este mecanismo, descrito por Ferenczi e Anna Freud, pode ir de simples inversão dos papéis (brincar aos médicos, fazer de lobo, de fantasma) a uma verdadeira introjeção do objeto perigoso. Este mecanismo foi observado por vários autores, nem sempre concordantes. Ferenczi (1932) distinguiu dois aspectos deste mecanismo: em primeiro lugar, seria uma táctica interactiva (ou estratégia social), utilizada pela criança face a uma relação de poder traumatizante, vivida com as figuras parentais. Em segundo lugar verificar-se-ia uma mudança intrapsíquica na criança, consequência de um trauma severo. Neste processo identificam-se dois mecanismos: identificação e introjecção. A criança introjecta os sentimentos de culpa que o adulto sentiu pelos seus actos e sente-se culpada pelo que lhe aconteceu. Por outro lado, Ferenczi (1932) referiu, ainda, que exi...

#7: "IDENTIFICAÇÃO" | CONHECER UM MECANISMO DE DEFESA POR DIA... NÃO SABE O BEM QUE LHE FAZIA!

Identificação  Segundo Laplanche e Pontalis, a identificação é “ um processo psicológico pelo qual um sujeito assimila um aspecto, uma propriedade ou um atributo do outro e se transforma, total ou parcialmente, a partir do modelo deste " . Quando as características desse Outro são internalizadas, a pessoa passa a sentir-se como ele. Não é frequente, por exemplo, identificarmo-nos com o/a herói/heroína de um filme, encontrando semelhanças nas ações e atitudes; ao partilhar triunfos e glórias, minimizam-se as angústias. Um menino que finja conduzir posso estar a expressar a identificação com as atividades de um adulto (habitualmente, o pai); e uma menina de 3 anos que finja desfilar nos sapatos da mãe poderá indicar a sua identificação com aquela.  Um dos grandes movimentos identificatórios, constitutivos da personalidade é, com efeito, relativo aos pais, nas suas características sexuadas , e constitutiva da identidade sexuada e da diferenciação sexual. (Houser, ...

#6: "FORMAÇÃO DE SINTOMAS" | CONHECER UM MECANISMO DE DEFESA POR DIA... NÃO SABE O BEM QUE LHE FAZIA!

Formação de Sintomas Os sintomas são atos prejudiciais, ou pelo menos, inúteis à vida da pessoa, que por sua vez deles se queixa como sendo indesejados, causadores de desprazer ou sofrimento. O principal dano que causam reside no dispêndio mental que acarretam, e no dispêndio adicional que se torna necessário para se lutar contra eles. Onde existe extensa formação de sintomas, esses dois tipos de dispêndio podem resultar num extraordinário empobrecimento da pessoa, no que se refere à energia mental que lhe permanece disponível e, com isso, na paralisação da pessoa para todas as tarefas importantes da vida. A formação de sintomas é uma forma de retorno do recalcado. “ Quer seja de um modo físico, psíquico ou misto, o sintoma não é causado pelo sintoma em si mesmo. Ele assinala apenas o fracasso do recalcamento; não constitui senão o resultado desse fracasso. ” (Bergeret, 2006, pág. 98) O sintoma resulta de três mecanismos precedentes: a formação reativa, a formação substi...

#5: "FORMAÇÃO SUBSTITUTIVA & FORMAÇÃO DE COMPROMISSO" | CONHECER UM MECANISMO DE DEFESA POR DIA... NÃO SABE O BEM QUE LHE FAZIA!

Formação Substitutiva  A representação do desejo inaceitável é recalcado no inconsciente. Fica então uma falta que o nosso Ego vai tentar preencher de forma sutil e compensatória. Tentará obter uma satisfação que substitua aquela que foi recalcada e que obtenha o mesmo efeito de prazer e satisfação que aquela traria, mas sem que essa associação apareça claramente à consciência. Bergeret (2006) dá como exemplo o transe místico, que pode constituir somente um substituto do orgasmo sexual: aparentemente, não há nada de sexual; na realidade, porém, o laço com o êxtase amoroso e físico permanece conservado, o afeto permanece idêntico. A formação substitutiva vem então constituir um dos modos de retorno do conteúdo recalcado. A formação substitutiva pode dar-se igualmente no sentido inverso. O sujeito pode tentar mascarar por meio de uma pseudo-sexualidade substitutiva de superfície, as suas carências objetais e sexuais, ao mesmo tempo que tenta securizar-se relativamente à ca...

#4: "REGRESSÃO" | CONHECER UM MECANISMO DE DEFESA POR DIA... NÃO SABE O BEM QUE LHE FAZIA!

REGRESSÃO Este Mecanismo de Defesa envolve o retorno a um nível de desenvolvimento anterior ou a um modo de expressão mais simples ou mais infantil. É um meio de aliviar a ansiedade, escapando do pensamento realista para comportamentos que, em anos anteriores, reduziram a ansiedade.  O personagem Linus, na banda desenhada de Charlie Brown, volta sempre a um espaço psicológico seguro quando está sob tensão, agarrando-se ao seu cobertor. A regressão permite adaptar-se a uma situação traumática, recuando inconscientemente às formas usuais de comportamento infantil: choro, caprichos, pedidos emocionais, etc. Inconscientemente, aprendemos que essas formas de comportamento garantem a obtenção de apoio e segurança. Embora reduza a tensão, frequentemente deixa sem solução a fonte de ansiedade original. A regressão permite à pessoa fintar o peso da responsabilidade das suas ações:  o abuso da regressão conduz à falta de uma estratégia de vida bem-sucedida,...

#3: "DESLOCAMENTO" | CONHECER UM MECANISMO DE DEFESA POR DIA... NÃO SABE O BEM QUE LHE FAZIA!

DESLOCAMENTO: O Mecanismo de Defesa de hoje envolve a transferência de sentimentos de um alvo para o outro, que é considerado menos ameaçador ou neutro, ou seja, o redirecionamento de um impulso para um alvo substituto. Neste mecanismo, a representação incómoda de uma pulsão proibida é separada de seu afeto, sendo este  passado para uma outra representação, menos incómoda, mas ligada à primeira por um elemento associativo (Bergeret, 2006). Em suma, o afeto contido em relação a um certo objeto explode contra outro objeto. Bergeret (2006) diz do deslocamento que este é um mecanismo muito primitivo e bastante simples, ligado aos processos primários. O deslocamento opera habitualmente nas fobias, diante do fracasso do recalcamento. O isolamento, nos obsessivos, e o deslocamento nas fobias, são complementados pelo evitamento, destinada a poupar o sujeito a encontrar mesmo a representação isolada ou deslocada. Conheça o próximo amanhã...

#2: "RACIONALIZAÇÃO" | CONHECER UM MECANISMO DE DEFESA POR DIA... NÃO SABE O BEM QUE LHE FAZIA!

RACIONALIZAÇÃO: O criador do termo foi Ernest Jones, biógrafo de Freud.  Apresentou este conceito no Primeiro Congresso Psicanalítico Internacional, em 1908 e  Freud referiu-o pela primeira vez, em 1911, no “Caso Schreber”. A racionalização é o mecanismo de defesa que põe em marcha a procura de motivos aceitáveis para pensamentos e ações tidos por inaceitáveis. de forma a manter a valorização pessoal e evitar o sentimento de culpa.  É o processo através do qual uma pessoa apresenta uma explicação que é ou logicamente consistente, ou eticamente aceitável para uma atitude, ação, ideia ou sentimento que emerge de outras fontes motivadoras, criando-se uma  justificativa falsa para que se não tenha de reconhecer a verdadeira. Um exemplo clássico de racionalização é a fábula de Esopo “A Raposa e as Uvas”. A raposa não consegue apoderar-se das uvas e rende-se, justificando que as frutas ainda estão “ verdes ”. Eis outros exemplos de racionalizações defe...

#1: "FORMAÇÃO REATIVA" | CONHECER UM MECANISMO DE DEFESA POR DIA... NÃO SABE O BEM QUE LHE FAZIA!

FORMAÇÃO REATIVA: Este mecanismo de defesa inverte o desejo real original para o seu oposto. Healy define-o como “ o desenvolvimento no ego de atitudes e interesses conscientes, socializados, que são a antítese de certas tendências infantis, não-socializadas, que continuam a persistir no inconsciente ”. Quando, por exemplo, uma solicitude excessiva é a res­posta consciente ao ódio inconsciente, a con­dição (excesso de solicitude) é conhecida como formação reativa. As formações reativas contribuem extensamente para a estrutura final do caráter. Duas formações reativas comu­mente observadas são a repugnância (uma for­mação reativa do ego contra um impulso sexual oral) e a vergonha (uma formação reativa aos impulsos exibicionistas). Deve enfatizar-se que a formação reativa é um mecanismo de defesa inconsciente do ego; a dissimulação ou hipocrisia consciente não são formações reativas. Como outros mecanismos de defesa, as formações reativas são desenvolvidas, em primeiro lug...

CONHECER UM MECANISMO DE DEFESA POR DIA... NÃO SABE O BEM QUE LHE FAZIA

SERÁ QUE SE CONHECE ASSIM TÃO BEM? Na atualidade, é amplamente reconhecido que estamos muito menos conscientes dos nossos atos e sentimentos do que pensamos. Não raro, assumir que não temos consciência de vários fatores que definem o nosso funcionamento, ou seja, reconhecer-se como alguém desconhecedor/a de si mesmo/a, pode gerar mal-estar, confusão e resistência à mudança. A mente inconsciente inclui todos os conteúdos que estão fora da nossa percepção consciente; no número destes, podemos contar memórias da primeira infância, desejos secretos e impulsos ocultos. Nos bastidores da consciência, podem ocultar-se experiências desagradáveis ​​ou até mesmo socialmente inaceitáveis; dado que podem gerar dor ou conflito interno, são muitas vezes reprimidas. Embora esses pensamentos, memórias e impulsos possam estar fora da nossa consciência, não deixam de influenciar o modo como pensamos, agimos e nos comportamos. Em certos casos, podem mesmo levar a sofrimento psicológico grave. ...