RACIONALIZAÇÃO:
O criador do termo foi Ernest Jones, biógrafo de Freud. Apresentou este conceito no Primeiro Congresso Psicanalítico Internacional, em 1908 e Freud referiu-o pela primeira vez, em 1911, no “Caso Schreber”.
A racionalização é o mecanismo de defesa que põe em marcha a procura de motivos aceitáveis para pensamentos e ações tidos por inaceitáveis. de forma a manter a valorização pessoal e evitar o sentimento de culpa. É o processo através do qual uma pessoa apresenta uma explicação que é ou logicamente consistente, ou eticamente aceitável para uma atitude, ação, ideia ou sentimento que emerge de outras fontes motivadoras, criando-se uma justificativa falsa para que se não tenha de reconhecer a verdadeira.
Um exemplo clássico de racionalização é a fábula de Esopo “A Raposa e as Uvas”. A raposa não consegue apoderar-se das uvas e rende-se, justificando que as frutas ainda estão “verdes”.
Eis outros exemplos de racionalizações defensivas:
- Uma pessoa evita o pagamento de impostos e, em seguida, racionaliza criticando a má utilização do dinheiro pelo governo (e apontando que ele é melhor usado pelas pessoas que mantém);
- Uma pessoa compra um carro caro e, em seguida, explica às pessoas que o seu velho carro era muito inseguro;
- Uma pessoa não consegue obter resultados suficientes para entrar numa universidade escolhida, depois do que explica que afinal a universidade não era realmente qualitosa;
- Um/a pai/mãe castiga o/a filho/a e explica que é para o “próprio bem” da criança;
- Uma pessoa tropeça e cai na rua, e diz a um solícito transeunte que está apenas doente;
- Uma pessoa explica as suas crenças religiosas como sendo ‘vontade de Deus’.
Como um Mecanismo de Defesa, a Racionalização é um recurso inconsciente do Ego, de adaptar e amortecer os impactos, desejos e sentimentos inaceitáveis, expressando-se de maneira menos desastrosa. É uma operação defensiva para proteger o Ego do desprazer psíquico.
Significa portanto a atribuição de motivações mais plausíveis do que verdadeiras, oferecendo uma justificativa de ordem racional ou ideal, ou seja, justifica a deformação da realidade ou da verdade. Apoiando-se num raciocínio lógico, procura explicar sentimentos e emoções que não controla, disfarçando assim, os conflitos internos para si mesmo/a e para os outros. É um modo de aceitar a pressão do Superego, de disfarçar verdadeiros motivos, de tornar o inaceitável mais aceitável.
Enquanto obstáculo ao crescimento, a Racionalização impede a pessoa de aceitar e de trabalhar com as forças motivadoras genuínas, apesar de menos recomendáveis.
Conheça o próximo amanhã...
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