Identificação
Segundo Laplanche e Pontalis, a identificação é “um processo psicológico pelo qual um sujeito assimila um aspecto, uma propriedade ou um atributo do outro e se transforma, total ou parcialmente, a partir do modelo deste". Quando as características desse Outro são internalizadas, a pessoa passa a sentir-se como ele.
Não é frequente, por exemplo, identificarmo-nos com o/a herói/heroína de um filme, encontrando semelhanças nas ações e atitudes; ao partilhar triunfos e glórias, minimizam-se as angústias.
Um menino que finja conduzir posso estar a expressar a identificação com as atividades de um adulto (habitualmente, o pai); e uma menina de 3 anos que finja desfilar nos sapatos da mãe poderá indicar a sua identificação com aquela. Um dos grandes movimentos identificatórios, constitutivos da personalidade é, com efeito, relativo aos pais, nas suas características sexuadas, e constitutiva da identidade sexuada e da diferenciação sexual. (Houser, 2006). Esta identificação é destinada a afirmar a identidade sexual do sujeito, com todos os seus avatares possíveis em psicopatologia. A criança, primeiro renunciando a incorporar o genitor amado, depois renunciando à ideia de um comércio sexual com ele, vai se consolar absorvendo as qualidades representadas por ele, por meio desse objeto. Este movimento pode ir até uma regressão defensiva, com todas as perturbações dialéticas possíveis. Mas as identificações ligadas ao genitor do mesmo sexo vêm normalmente completar e organizar genitalmente as identificações primárias, e abrir caminho para as relações posteriores do tipo verdadeiramente objetal e genital.
A partir da psicologia coletiva, Freud descreveu um terceiro tipo de identificação: onde o sujeito identifica seus próprios objetos aos objetos de um outro sujeito, e principalmente aos objetos de um grupo por inteiro. Isto produz-se por imitação e contágio, fora do laço libidinal direto.
Conheça o próximo, amanhã...
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