Contudo, há situações em que a preocupação está omnipresente e invade o pensamento das pessoas, de manhã à noite. Efetivamente, sabe-se que as pessoas não se queixam da preocupação que lhes mina o bem-estar, até porque na nossa cultura assume-se que a preocupação é sinónimo de responsabilidade e maturidade, queixam-se é antes de um imenso cansaço, de agitação nervosa e irritabilidade, de dores musculares, de perturbações do sono, de dificuldades de concentração e de uma indecisão permanente: de um mal-estar geral, para o qual no fundo não encontram justificação aparente.
Se ainda acha que a preocupação é um “mal menor” imagine o que será viver diariamente com preocupações que invadem o seu pensamento e o ocupam durante muitas horas do dia. Você tenta expulsá-las, libertar-se delas, mas não consegue. E elas cansam-no/a, moem-lhe o corpo, arrasam-lhe o humor e acabam por interferir com o sono. Parece quase uma forma de tortura. A preocupação excessiva existe e tem um nome – Perturbação da Ansiedade Generalizada.
As pessoas que sofrem de ansiedade generalizada têm uma preocupação constante e excessiva, que as leva a ver (consciente ou inconscientemente) todos os acontecimentos como potencialmente perigosos. Não é fácil viver assim, imaginando que cada pequeno acontecimento pode desencadear uma situação complicada e descontrolada, com a cabeça a ser constantemente invadida por pensamentos e imagens que geram desconforto e ansiedade. O resultado é uma enorme sensação de cansaço, exaustão e de desmoralização, que com o passar do tempo conduz frequentemente à depressão.
A preocupação excessiva e recorrente diz respeito a aspetos do quotidiano, sejam as responsabilidades a propósito do trabalho, da saúde e da segurança da família, do dinheiro, das relações interpessoais ou dos trabalhos diários, e tende a ser acompanhada de sintomas físicos.
Na base desta perturbação encontra-se, fundamentalmente, uma dificuldade grande em gerir a incerteza própria da vida, a que se aliam alguns erros de raciocínio e crenças sobre a adequação e o valor da preocupação, bem como sobre o nível de risco e de controlo envolvidos nas situações quotidianas.
A ansiedade generalizada, não só tem um impacto nefasto no dia-a-dia da pessoa e na sua sensação de bem-estar e de qualidade de vida, como tem consequências extremamente negativas nas relações interpessoais. Interessado/a? Saiba mais através dos nossos serviços:
Com estima,
Carlos Marinho
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