Avançar para o conteúdo principal

Mensagens

A mostrar mensagens de 2018

Diz-me o que comes... | Perturbações da Alimentação e da Ingestão

As perturbações alimentares são atualmente uma importante causa de morbilidade física e psicossocial em adolescentes e jovens adultos. Embora tenham ganho cada vez mais atenção, o seu real impacto é ainda pouco compreendido pela sociedade. Por definição, são perturbações de carácter persistente, na alimentação ou em comportamentos relacionados com a alimentação, traduzidas num consumo ou absorção de alimentos alterados, prejudicando a saúde física e/ou o funcionamento psicossocial dos indivíduos.  Actualmente reconhecem-se como tal a anorexia nervosa, a bulimia nervosa, a perturbação de ingestão alimentação compulsiva, a perturbação de ingestão alimentar evitante/restritiva, a pica e o mericismo. Vários são os factores reconhecidos como importantes no desenvolvimento das perturbações da alimentação e ingestão alimentar; ter noção deles pode prevenir a sua ocorrência e beneficiar a melhoria dos tratamentos da actualidade: a pressão social para atingir ideias de beleza asso...

Onde está o Wal... Você?

Pessoas comprometidas com o esforço de uma maior autoconhecimento, são pessoas mais capazes de reconhecer e despertar os meus máximos potenciais, de forma a transformarem as suas acções numa fonte de poder pessoal. Quem não se conhece, ou não se conhece o suficiente, corre o risco de não saber o que é melhor para si e assim, subaproveitar as potencialidades mais enriquecedoras da Vida. Estará menos capaz de perceber que tipo de relações interpessoais merecem um investimento, e que relações lhe poderão ser prejudiciais. Estará menos capaz de dominar as suas emoções, e lidar de forma menos eficaz com todos os tipos de sentimentos, positivos ou negativos, independentemente da situação. Conhecer-se a si mesmo/a, às suas habilidades e fraquezas, às suas qualidades e defeitos, saber o que o/a motiva, reconhecer as suas necessidades, os seus sonhos, os seus valores, os seus objetivos, constitui uma aprendizagem primordial, de natureza tentativa e gradual, para que se defina uma V...

Onde está o Príncipe Encantado?

No contemporâneo projeto autoreflexivo do Eu, a ênfase na recuperação da identidade fragmentada, a nível relacional, tende a delegar ao outro a função de confirmação e manutenção da identidade, transformando-o num instrumento de legitimação do Eu. A busca do parceiro ideal converte-se, ato contínuo, na busca da autoidentidade que é validada na descoberta do outro. Na pós-modernidade não existe já um trajeto único, antes uma pluralidade de semânticas do amor na conjugalidade e toda uma série de consequentes ideários amorosos. À medida que o aumento da liberdade na escolha do parceiro traz a reboque todas as inseguranças da fugaz efemeridade, aumentam as expectativas irrealistas sobre o Outro e sobre a própria relação. Se, com efeito, se assiste à inevitável frustração destas expectativas, por outro lado, a prevalência do individualismo por sobre a dimensão ética dos votos relacionais instala um sombrio sentimento de precariedade, em que existe sempre a possibilidade de se escol...

No princípio não era o 'EU'

No cenário de uma sociedade cada vez mais individualista, onde menos amor parecemos estar capazes de dar ao Outro, a mais transversal a todos os casos que acompanho, e aquela que mais flagrantemente se revela ainda que nem sempre por expressa declaração, é a necessidade – a inescapável necessidade – de ser-se amado/a tal e qual como se é. Cada pessoa que ajude é, em si mesma, uma saudável declaração de dependência, e as suas queixas são sempre as de fios relacionais ou demasiado apertados ou demasiado lassos.  A ideia da nossa coexistência pressupõe que esta se desenvolva e realize no mundo, pelo que o próprio sentido existencial se torna dependente da chamada do Outro. Entende-se que o Outro não carregue a necessidade de formular o seu pedido de modo explícito, pois que a sua presença é per si uma exigência de reconhecimento, uma chamada que nos dirige, um apelo à nossa responsabilidade. Se, acto contínuo, a nossa existência se torna uma aceitação ou recusa do Outro, é e...